16
jul
08

Hotel Ladera

Um Par de seios samba em minhas mãos
Em gestos bruscos eu ereto logo atrevo
Procuro logo os lugares que não devo.
E gozo calmo aflito na paisagem pura.
Tremo-me todo, porém não é de medo.
É sim de dor da satisfação da cura.
Retransmitida em sensações pesadas,
Muros límpidos de calor da pele amada.
Aqueles olhos de devassa me consumem
Chupam centímetros das minhas extremidades
Sinto-me o mais dignificante dos homens
Mesmo tão velho apenas na idade.
Meu membro ereto, minhas carnes todas nuas.
Aflitas gritam exigindo palavras suas.

Bruno Gaudêncio

29
maio
08

Banquete

Desnudas tua alma e deitas
nesta cama de cremosos labirintos
tecidos pelas mãos deste poema
cáustico

depois temperarei teu corpo
com molho de tempestades
caldo de nuvens acesas
com pedaços de gemidos
cálidos;

algumas fatias de mansos abraços
pitadas de cheiro verde
com lábios achocolatados
e céticos.

E quando o sol abrir suas pálpebras
te porei numa bandeja de sussuros
rítmicos
embrulhada num forno de suspiros
mágicos
e farei do meu café da manhã
um banquete de harpas e silêncios
míticos.

Sebá

15
abr
08

BOUCETA

OUSEJA

USEJÁ

CEDA

EME

TA

A

Julio Onofre

06
abr
08

Cântaro de Linfa

Você é o sonho plenamente revelado em sexo,
Minha amada e desnuda parte de mim:
A outra que sou para me completar.
Vejo você na escola mordiscando um lápis,
Os olhos voltados para o além
E sentindo a memória de minha língua percorrendo sua vulva.
Ah! essas nossas bocas díspares e tão próximas.
A tua me beija com um aroma de sussurros,
Uma pasta deliciosa e morna brotando entre os grandes lábios,
Me embriaga a língua e você sorri de prazer.
E te beijo loucamente as virilhas,
Repuxo com os lábios tuas pétalas
E vou esculpindo o gozo que arrebenta desde o grelo.
E você me brinda com sua língua de ninfa
Para que cântaros de linfa derramem-se entre as coxas:
Perfumes, bálsamos, chamas repentinas erguem-se dos olhos…
Então, o orgasmo vem ondulando e me fazendo sentir esse amor abençoado.
E quem não sabe o quanto é bom nos entregar a esse gozo,
Simplesmente pensa: olha só aquelas duas vacas!

Emanoel Virgino

24
mar
08

Ana

ana1.jpg

Uma timidez e jeito
de andar sempre cabisbaixo.
Nunca vira, assim, o rosto de uma moça,
só improváveis, rosadas, amorenadas coxas.

Joelhos?quase todos iguais
– ah sim, alguns mais delicados,
tão pouco castigados na meninice.

As unhas de Alice,
os pés de Joana,
também tinha o joanete da Marcela
– mas que tornozelos…

Jamais chegara aos cotovelos,
até que veio Ana,
curvar o ângulo dele
em menos de uma semana.

Ana e seu par de braços deslumbrantes
desaguando em mãos calmantes,
quando mexem no cabelo.

Dona de belas duas orelhas,
uma boca de abelha
cheirando a mel.

E Ana é ainda mais Ana quando dança,
mansa, furtando olhares vários
de olhos míúdos que vêem graúdos
os peitos dela balançar que nem chocalhos.

Isolda Herculano

14
jan
08

Amor Movediço

Mulher de esquina torta,
lambuzar teu imã
é meu deleite.
Movediça e solta
transmutar teu leite
é meu açoite.

Suave e febril são teus movimentos lânguidos.
Suado e sutil são teus apelos mornos…
Mulher de areia e barro,
de subidas súbitas de silencio farto
no final do ato….

Sebá

11
jan
08

Lembrança amarga do sexo da cama mapa

Ela comeu a parte que me cabe
Sugou a língua que me come
Deixou apenas o meu nome
Escrito em baixo da janela
Chupar só é bom se for com ela
Não existe coisa mais intensa
Do que penetrar na influência
Deste lindo olhar de pêlos velas
Paris é bela e o que me consta
Já foi terra do sexo e coisa tal
Pode ser na Paris mais undregraud
Nestes Bairros periféricos da buceta
Quantas vezes gozamos neste mapa
Meio louco, amarelo e desbotado.
O Brasil não existe está sagrado
Pelo branco da gala que escorreu
Este teu púbis indecente já comeu
A parte roliça que me cabe
O que faço agora com este mapa
Que vermelho só goza a solidão
Deste vício de infância da paixão.
A cama cálida ferve em só lembrança
Quero mapa agora como cama larga
Espaço alegre de trepada revoltada,
Ambígua fala falo de fragrância
Pois aquele que chora e também ama!
Exige a presença da parceira
Quero gozo, Paris e a buceta
Cabeluda alegre e indecente
Passear nestes mapas da minha mente
E trepar escondido na miséria
Sucumbir devagar nas coxas dela
A saudade da amada é muito grande
Igual ao tamanho do meu pau
Quero mapa do clitóris e coisa tal
A miséria do falo excitante.

Bruno Gaudêncio

04
jan
08

Soneto ao Cajado

Na toca se esconde a Santinha
Que no escuro,safada,se ouriça
No claro nunca, pois por pura preguiça
A desejada insiste em não ser minha.

E meu corpo,pobre devasso,clama
Por somente três movimentos certeiros
Abro,entro e retiro inteiro…
O longo Cajado que de mim emana.

Não tento,porém,fazer disso amor
Posto que o sexo limite não tem,
Sofre, maltrata e não sabe o que é dor

Que uma noite obscura possui…
Trevas,gemidos, choro e sofrimento
Tudo por culpa sua,Cajado,meu armamento.

Julio Onofre

13
dez
07

Ausência

ausencia.jpg

Uma noite suave e crua
sem tua presença leve.
Uma noite cortante e nua
sem teu cheiro eterno e neve…

…O silêncio soturno e rude,
o meu medo roçando a pele.
E tua presença longe
traz fagulhas e agulhas,
traz sal e mel sem aço,
amarguras e descompasso.

E tua ausência perto
faz meu mundo ficar breve.
E perto da tua ausência
fico turvo sem veludo
e meu peito se derrete…

Sebá

12
dez
07

Seda Quente

seda-quente.jpg

Há dias me vem uma aragem,
Um carinho de brisa se esfarrapando
Nos cabelos de quem me possui e tomo posse.
Vejo os belos olhos, a boca só desejo e saliva,
A língua labareda que me invade e me derrete.
Ah! a seda quente desliza pelo meu rosto,
Alcança o pescoço num ritual de vento impelindo o sol pelo deserto…
E meus seios apontam seus biquinhos para o delírio.
A língua em chamas torna-os parafusos se soltando.
Tudo chacoalha dentro de meu peito,
Rangendo, rompendo os flancos, as coxas…
E cresce uma coluna de chamas pelo púbis.
Línguas se contorcem numa entrega de diamantes derretidos.
Aquele rio se agita pela nascente da vulva…
E nos bebemos, ambas, nos desfazendo e nos recompondo
Através da longa cauda dos orgasmos…
Para depois recomeçar tudo de novo.

Emanoel Virgino, o poema faz parte da obra “Amplificador de Silêncio”




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